segunda-feira, 20 de setembro de 2010

BMW Z4 sDrive 35i: pecado da velocidade




 O estilo “flame surfacing”, com entalhes côncavos na lataria, foi o mais importante da década. Podemos dizer que foi, com o verbo no pretérito, porque essa era acabou. Exemplo maior da obra do designer Chris Bangle, o BMW Z4 não é mais aquele. O novo modelo tem o desafio de superar o antigo em prazer ao dirigir e em carisma. Nada muito fácil, num ponto e no outro. 


O estilo do novo Z4 é menos exclusivo. Detalhes que faziam do carro uma escultura de guardar na garagem foram apagados, como o logotipo BMW no pisca lateral e o tal flame surfacing. Muita gente criticou o trabalho de Chris Bangle com os mais diversos argumentos, mas acho que o designer da Renault, Patrick le Quément, matou a charada: “As superfícies côncavas não criam o ar musculoso que faz tão bem a um carro esportivo”. Sem os entalhes, você presta mais atenção no formato geral do novo Z4. É ligeiramente maior que o antigo. E é espetacular.


A BMW procurou fazer um carro mais versátil e confortável. Conseguiu. Alguns luxos são curiosos numa cabine tão pequena, como ar-condicionado dual-zone e 14 alto-falantes. O motor biturbo de 306 cv pode ser usado com suavidade e economia: na cidade, fez 8,4 km/l. O porta-malas de 310 litros deu conta das minhas compras do mês, com direito a caixa de leite. Se eu quisesse comprar uma vassoura, também daria: o novo porta-trecos atrás dos bancos dá acesso ao bagageiro.

O banco fica na altura do eixo traseiro e 50 cm mais à frente. Saídas de traseira são percebidas no primeiro instante, porque afinal você está na fonte dos acontecimentos. Apontar a frente do carro na curva também não é problema. Até porque ela domina as atenções, o capô parece interminável e fica na altura do meu ombro. É uma posição muito boa para pilotar um carro, mas ruim para manobrar, e por isso o Z4 deveria ter sensores de estacionamento de série. O Polo tem. Faz falta num carro que agora é feito para ser usado, tanto quanto admirado.

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